Novo equipamento permite testes avançados em separação de gás carbônico
Data da publicação: 5 de maio de 2015 Categoria: NotíciasO Laboratório de Adsorção e Captura de CO2 (LPACO2) finalizou a instalação de uma unidade piloto de Pressure Swing Adsorption (PSA), equipamento capaz de separar, em condições ideais para as pesquisas, o gás carbônico presente em misturas de gases. Segundo a coordenadora do LPACO2, professora Diana Cristina Azevedo, este centro de estudos do Departamento de Engenharia Química da UFC, financiado pela PETROBRAS, passa a ser o primeiro no Brasil a dispor desta infraestrutura em bancada de laboratório.
As equipes formadas por professores e estudantes investigam novos métodos e materiais para separar e armazenar o gás carbônico presente em misturas gasosas, como a que resulta da combustão. Uma das finalidades dessas análises é encontrar meios para reduzir a concentração de gás carbônico na atmosfera, principal causa do efeito estufa e do aquecimento global. Com o novo equipamento (Pressure Swing Adsorption), serão feitas simulações com carbono ativado e minerais porosos conhecidos como zeólitas, testando sua capacidade de reter o CO2.
O professor Moises Bastos Neto, membro da equipe, destaca os parâmetros avançados de pureza, recuperação e produtividade, permitidas pelo PSA .“Uma vez que validemos modelos, poderemos ter estimativas do desempenho de materiais ainda em desenvolvimento”, explica. O PSA já é utilizado industrialmente para obter oxigênio e nitrogênio para fins hospitalares e também hidrogênio.
Mesmo tendo os recursos necessários para a aquisição do PSA, a equipe teve de cumprir os procedimentos burocráticos e jurídicos para importação e instalação, processo iniciado há mais de um ano. Segundo o professor, foi necessário esperar seis meses para obter o credenciamento que permite a compra do equipamento científico sem as taxas de importação, além da demora para transporte e montagem, o que consumiu boa parte do tempo de vigência do projeto.
“Do início do projeto até a instalação do equipamento, foram necessários cerca de 19 meses em um projeto com prazo de execução de dois anos. Um grande atraso, porém uma dura realidade que compromete seriamente a competitividade das pequisas brasileiras”, conclui.
Entrevista -Moises Bastos Neto, professor do Departamento de Engenharia Química da UFC e membro do Laboratório de Adsorção e Captura de CO2
Atualmente, quais pesquisas em desenvolvimento no LPACO2?
Temos o projeto que suportou a compra da unidade piloto de PSA, com recursos da PETROBRAS, o de captura de CO2, que por si já envolve atividades experimentais Moises Bastos Neto, professor do Departamento de Engenharia Química da UFC e membro do Laboratório de Adsorção e Captura de CO2 e de simulação. Há também outros projetos, como o de “determinação de difusividade de hidrocarbonetos em materiais porosos”, “funcionalização de materiais com líquidos iônicos” em busca do aprimoramento da capacidade de retenção de CO2, “purificação de biogás”. Na verdade, o laboratório tem plenas condições de fazer as análises consideradas mais importantes para qualquer estudo envolvendo adsorção de gases.
Como o PSA dará suporte a esses estudos?
A unidade PSA trará uma abordagem mais realista de processos de separação de gases. A tecnologia PSA já é bem utilizado na Indústria para a produção de nitrogênio e oxigênio hospitalares, por exemplo. Os dados fundamentais obtidos através de outras metodologias com outros equipamentos, quando avaliados independentemente, muitas vezes não nos fornecem informações essenciais para fins de projeto de unidades como pureza obtida, recuperação alcançada e produtividade, que são parâmetros de processo.
Quais materiais adsorventes serão utilizados?
A princípio planejamos utilizar adsorventes comerciais como carbonos ativados e zeólitas, pois necessitamos de quantidades razoáveis, aproximadamente um quilo, para encher as colunas da unidade, o que não é possível com materiais ainda em desenvolvimento, pois não se consegue produzí-los em larga escala ainda. Estes adsorventes podem ser nacionais ou importados, de diversas origens e eventualmente obtido através de doações de empresas fabricantes.
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Laboratório de Pesquisa em Adsorção e Captura de CO2 (LPACO2)
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